O mercado dos hatches médios volta a se aquecer em 2012. E, para não ficar defasada com o já ultrapassado 307, a Peugeot acaba de lançar o novo 308. Ostentando o mesmo visual do modelo vendido na Europa, a novidade terá a – dificílima – missão de bater de frente com Hyundai i30 e Chevrolet Cruze Hatch, modelos estes que também ganharam espaço no mercado nacional e devem desembarcar por aqui ainda este ano.
A nova aposta da marca do leão terá como missão abocanhar parte deste nicho que cresce de forma exponencial no Brasil, mas que atualmente se concentra no representante sul-coreano i30, líder de vendas em 2011 com 35.719 unidades emplacadas. Então, para não perder (mais) mercado, a Peugeot evitou mexer no preço do 308 de entrada que continua valendo os mesmos R$ 53.990 de seu antecessor. Um ótimo exemplo de como a concorrência é a alma do negócio.
Segundo a Peugeot, foi necessário investir 120 milhões de euros no projeto do 308. Apoiado nesta injeção financeira, Frédéric Drouin, presidente da Peugeot do Brasil, também aguarda ansiosamente pelo crescimento geral da marca. “Esperamos uma evolução de 5,9% de 2011 para 2012”, disse Drouin.
O resultado valeu a pena. Apesar de ainda utilizar a mesma plataforma do 307 “com modificações”, o visual do 308 agrada. Os faróis característicos acompanham os vincos das linhas laterais. Assim como as lanternas que ganharam mais expressão do que as utilizadas em seu antecessor, mas não perderam o estilo com poucos grafismos. Outro ponto forte é o novo motor 1.6 16V Flex Fuel de 122 cv que dispensa o reservatório de partida a frio (tanquinho), mas isso será comentado mais abaixo.
Porém, a expectativa de vendas para este ano mantém o pé do leão no chão: apenas 12.000 carros a partir de março, uma média de 1.200 carros por mês. Para mostrar um patamar de como esta meta é tímida, o único ano em que o antigo 307 bateu este número foi em 2008 com 12.822 unidades.
A Peugeot se justifica dizendo que isso se dá às vendas que não começaram com o chamado "ano cheio". Mas, frente à forte concorrência neste segmento, as desculpam ficam perdidas no ar e este número passa a ser modesto.
Ao volante, tudo mudou
A evolução do 307 para o 308 é muito bem vinda. Mostra claramente que o hatch vendido até pouco tempo representava mais um problema do que uma estratégia para a Peugeot. Um ponto negativo naquele carro, por exemplo, era a suspensão, que batia mais do que o Anderson “The Spyder” Silva em dia de luta do UFC. Já a suspensão do 308, segundo a Peugeot, foi um dos itens mais vistos no momento da tropicalização do carro. Ela ficou maior e, realmente, bem mais receptiva aos buracos. Ponto positivo para o hatch!
Mas, a real novidade na hora de dirigir o 308 é o motor 1.6 16V Flex Start. Para testá-lo, a Peugeot nos levou à Ouro Preto, em Minas Gerais. Tivemos a oportunidade de rodar mais de 160 km alternando entre o carro com o novo motor e a versão 2.0 com câmbio automático e mecânico.
Uma coisa é preciso adiantar: um motor 1.6 16V num carro com o porte do 308 (1.320 kg) não dá certo. A não ser que você se prive de viajar com ele e ande apenas na cidade. Durante o percurso nas estradas era comum o carro clamar por reduzidas, enquanto, aos berros do motor, os 122 cv mostravam-se escassos e os 16,4 kgfm de torque se quer apareciam. Porém, o trunfo desta versão está, realmente, no custo benefício (R$53.990 e R$ 56.990) e nos perímetros urbanos. Aí sim ele torna-se vantajoso e as “raivas” com o motor são sanadas. Infelizmente, a Peugeot não divulgou qualquer número de consumo dos carros.
Já o modelo com o bloco 2.0 de 151 cv e 22 kgfm de torque vai muito bem. Especialmente com o câmbio manual. Além de ser bastante completo, com ar-condicionado digital, sistema de som, direção hidráulica, ABS, air bag, entre outros itens, a tocada é muito agradável. O câmbio - com engates suaves e precisos - não dão trabalho e é muito bem sincronizado com o motor. Nesta combinação a Peugeot acertou a mão, mesmo que com um preço um pouco salgado (R$ 59.990).
Infelizmente, o câmbio automático de 4 marchas – aquele mesmo da família do Citroën C4 Pallas – continua segurando (literalmente) os carros da Peugeot e não chega nem aos pés do conjunto do 3008, com transmissão de 6 marchas. A versão top de linha não tem o que tirar nem por, é completíssima e o teto "CIELO" propicia um ótimo clima no habitáculo. Só seria melhor se o câmbio automático pudesse ser substituído pelo manual.
Falando em habitáculo, o 308 capricha no conforto. Todas as versões vêm bem equipadas e o espaço interno melhorou com os 6,4 cm a mais de comprimento e os 5,3 cm a mais de largura em comparação com o 307. O acabamento é bastante parecido com o do 408, assim como o grafismo do painel. Tudo para levar em consideração a história do “Family Feeling” da marca. Uma ótima sacada. Se você é adepto aos carros franceses e não faz questão nenhuma de conhecer as novidades asiáticas ou já se cansou dos carros americanos, o 308 será uma ótima pedida. Caso contrário, é melhor aguardar mais um pouco para ver as novidades que vêm por aí.
Fonte: iGCarros
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